O que a Rainha Elizabeth II tem para ensinar para as famílias empresárias

O que a Rainha Elizabeth II tem para ensinar para as famílias empresárias

Mesmo que não seja exatamente uma empresa familiar, a monarquia britânica tem muito a nos ensinar. Uma família e um reinado. Várias gerações, uma história e uma “monarquia” para se manter funcionando por gerações diante dos olhos atentos e críticos de seus mais diversos stakeholders: britânicos, sociedade mundial, governo, visitantes, imprensa, além dos próprios membros da família real. Mesmo com todas as crises que teve que enfrentar, a Rainha deixou muitas reflexões e aprendizados:

1. Comprometimento e dedicação: Aos 21 anos, a rainha Elizabeth disse publicamente: “Minha vida inteira, seja longa ou curta, será dedicada a servir esta nação”. Mesmo não estando pronta para a sucessão do seu pai, Rei George VI, Elizabeth se dedicou todos os dias a honrar sua promessa. Aprendeu a ser rainha diante dos olhos de todos; buscou apoio quando necessitou; escutou aqueles que julgava aptos para orientá-la e foi, ao longo de 7 décadas, construindo sua história. Isto que se espera de todos os membros de uma família empresária, seja no papel de gestor ou acionista. A empresa para ser longeva precisa que seus acionistas se dediquem as suas responsabilidades e tenham comprometimento com o projeto empresarial.

2. Legado: Ao longo de seus 70 anos de coroa, a Rainha Elizabeth transmitiu a mensagem de determinação, elegância, respeito a coroa – apesar de todas as crises – orgulho da nação, unidade e de respeito aos rituais – ainda que muitos sejam questionáveis em tempos modernos. Ela viveu todos eles diariamente em sua posição soberana e soube transmiti-los não apenas às novas gerações, mas também ao povo inglês. Fundador(es) das empresas familiares, em seu papel de líder, precisam se dedicar a deixar o seu legado para seus descendentes, mas também para seus funcionários. E construir este legado não é por acaso, é um processo consciente que exige dedicação.

3. Senso de dever: Elizabeth se tornou rainha por acaso, ainda muito nova. Nem por isto, recuou de sua responsabilidade com o povo de sua nação. Encarou os desafios do cargo, moldou sua vida pessoal ao ônus que a Coroa impunha e honrou até os últimos dias de sua vida. Este senso de dever é o que esperamos de todos os membros de uma família empresária: o reconhecimento do que se construir até o momento com o compromisso de entregar para as gerações futuras para a continuidade.

4. Lazer: Em toda a sua vida, a Rainha Elizabeth nunca escondeu seu amor pelos animais, em especial pelos cachorros e cavalos. Eram em passeios com seus animais que ela demostrava arrefecer o peso da responsabilidade da Coroa. Todos nós, precisaremos sempre de momentos de lazer, descontração e prazer para descontrair e renovar as energias.

5. Família: Mesmo que a família real tenha sido os maiores desafios e momentos de crise que a Rainha teve que enfrentar, ela sempre conseguiu transmitir o valor da família. Em momentos celebrativos, na relação com os netos Willian e Harry – especialmente quando ficaram órfãos – na admiração que sempre manifestou pelo pai falecido, na relação com a Irmã e seus filhos e netos, na cumplicidade com o marido, Príncipe Philip; a rainha soube se dedicar aos seus membros familiares, estar ao lado deles, dedicar tempo de lazer com todos, deixando claro que, apesar da Coroa, são uma família.

6. Sucessão: O primogênito da Rainha Elizabeth II, agora Rei Charles III, assume aos 73 anos, a coroa britânica, diante de críticas de que ele já estaria velho demais para este cargo. É a “Síndrome do Príncipe Charles”, quando a geração mais velha da liderança vive um estado de declínio de competência e capacidade, e a próxima liderança, já preparada, espera frustadamente nos bastidores. Charles deixou de ser o líder nos melhores anos de sua vida; e não se sabe o que ele poderia ter feito pela nação. Agora já é visto como um monarca velho, que seu tempo já passou, com fortes insinuações de que ele deveria já passar a coroa para seu filho mais velho, Príncipe William, que agora assume o título de Príncipe de Gales, sendo o primeiro na linhagem sucessório do Reino Unido. Esta situação nos revela a importância de se perceber a hora certa e adequada para conduzir uma sucessão nas empresas familiares. Somos todos mortais; e pela natureza, temos a idade da melhor energia, disposição e jovialidade para encarar os desafios corporativos. Adiar esta transição é, muitas das vezes, anular a nova geração e frustrar suas expectativas. Perde a família, e perde o negócio.

Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/o-que-rainha-elizabeth-ii-tem-para-ensinar-famílias-gonçalves/

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